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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Aluno de pós-graduação lato sensu requer novas formas de acesso à informação científica

Estudo de doutorado feito pelo médico veterinário Daniel Giberne Ferro, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, mostrou que existe uma grande necessidade de renovação da forma como a ciência é transmitida aos alunos universitários. A velocidade com que os meios de comunicação se modificam e evoluem associada a uma mudança no perfil dos alunos universitários é o ponto que guia o questionamento sobre a maneira como a informação científica é disponibilizada atualmente.
Ficou claro, através da pesquisa, que os meios tradicionais de acesso estão sendo substituídos por outras formas supostamente não tão confiáveis, como a internet, por exemplo. Para Daniel, “é preciso criar formas de tornar a comunicação não formal e a eletrônica cientificamente confiáveis também”.




O estudo buscou entender se os estudantes acessam informação científica e de que forma fazem isso, considerando que nem todos os buscam conhecimento da forma tradicional. Essa análise pode ser feita através da avaliação dos alunos de cursos de pós-graduação lato sensu da Anclivepa-SP (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Estado de São Paulo), mas não se restringe apenas a esse tipo de curso. “Este é um fenômeno que não está vinculado somente aos cursos lato sensu, é uma necessidade já observada por professores da graduação”, enfatiza o pesquisador.
A pós-graduação lato sensu envolve cursos de especialização, em que a pesquisa aborda problemas específicos da área estudada. Nessa atividade, os estudantes tentam resolver novos questionamento com teorias já existentes, e não precisam comprovar uma nova tese.


Bibliotecas atraem menos os alunos
Foram observados diversos canais pelos quais os pós-graduandos entravam em contato com o conhecimento acadêmico. Nos cursos específicos estudados por Daniel, os alunos tinham aulas formais uma vez por mês e listas de discussão na internet. Além disso, o material didático e os artigos científicos usados eram armazenados em um website criado pelos professores. E esses foram os principais canais utilizados, apesar da existência dos meios tradicionais de busca.
Segundo os pós-graduandos, procurar as informações científicas necessárias em bibliotecas (forma tradicional) foi consideravelmente difícil. Além disso, eles demonstraram grande confiança nos emails e nas listas de discussão que, apesar de serem meios de comunicação informais, contavam com o apoio dos docentes e especialistas. “O filtro dos formadores de opinião, professores e colegas de renome são claramente fontes importantes, mas nós sabemos que ainda há que se aperfeiçoar este controle”, explica Daniel.
Apesar de a maioria dos alunos sentir uma grande facilidade com os meios eletrônicos, as pessoas com mais de 40 anos apresentaram uma certa relutância para acessar os arquivos via internet, sugerindo que não tenham acompanhado tão a fundo o processo de democratização da internet. “Outra possibilidade a se pensar, porém não comprovada no estudo, é de que esta diferença não esteja somente pautada na dificuldade de acesso, mas também na relutância de uma geração criada com livros e com velocidade de informação mais lenta em confiar na qualidade do material”, diz.

Por Carolina Shimoda
Fonte:  Agência Universitária de Notícias


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