Os dados são da pesquisa realizada a partir da base
de dados Scopus e elaborada pela revista Plos Biology, que analisou mais
de 100 mil pesquisadores de todo o mundo.
Como medir o impacto da ciência? Entre os
cientistas, uma das métricas mais populares está relacionada à citação, que é a
menção no texto de uma informação extraída de outra fonte, com o nome de outro
pesquisador, que tem o propósito de esclarecer ou fundamentar as ideias do
autor. O chamado impacto de citação mostra o número médio de citações que um
documento recebeu em um dado período. Ele é muito utilizado na avaliação de
desempenho de pesquisa mas é passível de conclusões tendenciosas se não tiver
outros parâmetros reguladores. Além disso, em certas áreas, o indicador de citações
e impacto tende a ser maior do que em outros campos científicos, devido às
características da própria área, tais como velocidade, frequência e volume de
publicações, bem como diferentes densidades de citação.
Para tornar os resultados de citação mais equilibrados
com relação a outros índices, um estudo divulgado em outubro pela Public
Library of Science (PLOS), organização sem fins
lucrativos que trabalha com publicações científicas de acesso aberto, elaborou
um ranking dos cientistas mais influentes do mundo a partir de indicadores
de citação múltiplos. O índice composto, que classifica os
cientistas, é baseado em vários dados como citações, autocitações, número
de artigos publicados, índice de coautoria e citações de artigos em diferentes
posições de autoria. Esses vários índices permitem múltiplas
interpretações conforme o interesse de quem analisa. Os cientistas também
foram classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos.
O estudo, publicado pela revista Plos
Biology, analisa a menção de cientistas a partir da base de dados Scopus
(maior base de dados de resumos e citações de literatura científica revisada
por pares), e mostra 158 pesquisadores da USP no ranking dos mais reconhecidos
mundialmente. O resultado foi compilado e divulgado pela Agência
USP de Gestão da Informação Acadêmica (Aguia), responsável pela
gestão da informação e da produção intelectual da Universidade.
Os pesquisadores da Universidade de Stanford que
realizaram o estudo Updated science-wide author
databases of standardized citation indicators, liderados
por John Ioannidis, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública,
elaboraram um banco de dados a
partir de 100 mil cientistas de destaque e fizeram a classificação de acordo
com um índice composto. Eles também dividiram os dados em dois rankings, um que
considera as citações ao longo da carreira e
outro somente do ano de 2019.
A lista também inclui cientistas que não estão
entre os 100 mil melhores, de acordo com o índice composto, mas estão entre os
2% melhores em seu subcampo de pesquisa, que são aqueles que publicaram ao
menos cinco artigos em publicações científicas de impacto mundial. A relação
completa, que pode ser conferida neste link, tem 161.441
nomes, sendo 853 do Brasil e, destes, 158 da USP.
“Esse estudo busca equilibrar e neutralizar a
prevalência de uso do índice de impacto de citações, utilizando indicadores de
citação múltiplos, acrescidos do histórico de publicações na carreira do
docente, resultando em um indicador composto (composite score)”, explica
Elisabeth Dudziak, da área de comunicação científica e divulgação de recursos
de informação da Agência Aguia.
Elisabeth também destaca itens positivos sobre o
desempenho geral da USP, como a classificação de 34 pesquisadores na faixa de
índice composto 3 e 24 autores na faixa 2. Além disso, os cientistas da
Universidade não ultrapassaram o limite de autocitações, indicador importante
de qualidade de pesquisa.
A FZEA-USP tem o privilégio de
contar com 3 professores entre os mais influentes do mundo: Paulo José do
Amaral Sobral (na área de Agronomia e Agricultura), Holmer Savastano Junior (na
área de Materiais) e Carmen Silvia Fávaro-Trindade (na área de Agronomia e
Agricultura). Parabéns aos Professores, Parabéns à FZEA!!!
Fonte: Jornal da USP 19 nov. 2020