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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Internet vai salvar os livros

Robert Darnton, professor de Harvard, explica o seu projeto, alternativo ao do Google: uma biblioteca universal, aberta a todos, a ser implementada na Internet. "Nos EUA, os textos autoproduzidos são três vezes mais numerosos do que os publicados por editoras comerciais". "Alguns estão convencidos de que democratizar o conhecimento significa vulgarizá-lo. No século XIX, temia-se a mesma coisa".
Eis a entrevista.

Professor Darnton, o senhor escreve que digitalizar é democratizar. Mas que uso poderá fazer dessa imensa oferta de "leitura democrática" uma sociedade de massa que lê cada vez menos, que antepõe a imagem ao texto e é, em grande parte, desprovida de instrumentos interpretativos necessários?
O termo "democratização" pode parecer alarmante se aplicado à cultura, sobretudo na cultura americana tal como é vista pela Europa. Em seu livro, escrito em polêmica com o GoogleQuand Google défie l'EuropeJean-Noël Jeanneney usa o argumento dos algoritmos e do sistema de avaliação baseado na frequência dos acessos para denunciar um "populismo cultural", como se a digitalização em massa dos livros ameaçasse afogar a Europa em uma cultura de massa alienante. Os europeus podem permanecer aficionados – como eu sou – ao venerável código impresso, mas os norte-americanos leem livros eletrônicos com uma avidez igual, senão maior – como demonstram os últimos dados da Amazon –, à que leem os livros impressos.

Qual é o panorama que surge disso?
Em 2011, pelo menos 20% do total das vendas será de livro adaptados para dispositivos de leitura que estão em suas mãos. Parece que a própria prática da leitura está aumentando, especialmente no setor dos gêneros populares, tais como as histórias de romance ou os livros policiais. Isso quer dizer que democratizar significa vulgarizar? Talvez. Isso era o que muitos europeus da segunda metade do século XIX já lamentavam diante do sucesso de romances baratos e dos jornais. Eu compartilho a opinião de Richard Hoggart, de Marcel Certeau, de Carlo Ginzburg e de Roger Chartier, que defendem que os leitores plebeus tinham a capacidade de captar toda a riqueza dos significados dos textos "populares" adaptando-os à sua própria cultura.

O senhor também fala da "democratização da escrita". A que se refere?
Trata-se de um fenômeno muito interessante. Nos Estados Unidos, em 2009, foram publicados 288.355 livros por editoras comerciais. A estes, devem ser acrescentados os 764.448 novos títulos de autores que se autopublicam. Uma vez, os livros eram escritos para o leitor comum. Hoje, é o leitor comum que os escreve.

Até que ponto é possível comparar, como o senhor faz, a rede de informação sem fronteiras oferecida hoje pela Internet com a circulação das ideias na Paris do século XVIII? Os intelectuais do Iluminismo – Voltaire na frente – buscavam o objetivo de difundir o saber em benefício das elites e certamente não do povo.
Voltaire, sem dúvida, ficaria horrorizado diante da situação atual. Ele não se cansava de defender que era arriscado ensinar os camponeses a ler, porque era preciso que alguém cultivasse os campos. Os iluministas foram muito longe na sua exigência de refinamento. Mas, quando consideramos de modo global a idade do Iluminismo, vemos que muitas ideias circulavam de forma fragmentada, exatamente como na Internet. Basta pensar nas conversas trocadas em torno da chamada "árvore da Cracóvia" no Palais-Royal, nos bon-mots rabiscados em pedaços de papel, nos versos improvisados nas árias populares. Estou convencido de que temos que proceder a uma reconstrução completa "do ecossistema de informações" do passado. Ao fazer isso, poderemos ter uma visão mais clara do futuro. Longe de mim querer assumir o ditado de que "quanto mais as coisas mudam, mais continuam as mesmas", mas, em Il futuro del libro, procurei mostrar como as longas linhas de continuidade interconectam fases diferentes da história.

O senhor não se cansa de lembrar como a garantia da democracia, para a Internet, é incompatível com a política de monopólio do Google.
O problema da democratização foi posto pelo Google Book Search de um novo modo. À primeira vista, essa iniciativa tinha a vantagem de colocar milhões de livros à disposição de milhões de leitores. Mas havia um preço a pagar, o da assinatura do acesso ao gigantesco banco de dados do Google. Ao invés de democratização, encontramo-nos, portanto, diante de uma perspectiva de comercialização. O perigo se tornou evidente quando o Google assinou um acordo econômico com os escritores e os editores que o haviam processado por ter violado os direitos autorais. O público não estava autorizado a dizer a sua opinião, mas um tribunal de Nova York se recusou a aprovar o acordo.

Qual é a alternativa possível?
Um grupo de pessoas do qual eu faço parte está tentando criar uma Biblioteca Pública Digital dos Estados Unidos (Digital Public Library of America), que se propõe a competir e a vencer o Google em seu próprio campo, tornando acessível gratuitamente o patrimônio cultural norte-americano não só a todos os norte-americanos, mas ao mundo inteiro. Ao invés de depender do Estado no plano financeiro, visamos a uma coalizão de fundações privadas. Um consórcio de bibliotecas disponibilizará os livros e os outros materiais. São muitos ainda os problemas técnicos, jurídicos e administrativos, mas esperamos apresentar um primeiro modelo até o fim deste ano.

E as suas previsões sobre o futuro?
Vivemos um momento extraordinário da história das comunicações. Tudo é fluido e em contínua mudança. Se soubermos aproveitar o momento, podemos determinar o nosso futuro, para o bem público. Devemos digitalizar – digitalizar e democratizar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Universitá​rios do País leem de 1 a 4 livros por ano

Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 23,24% dos estudantes não leem um livro sequer durante o ano. De uma forma geral, a maioria dos universitários brasileiros não vai muito além disso: lê, em média, de uma a quatro obras por ano. É o que revela levantamento exclusivo feito pelo Estado a partir de dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Numa realidade diametralmente oposta, os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) são ávidos por leitura: 22,98% deles leem geralmente mais de dez livros por ano. No Maranhão, um dos Estados mais pobres do País, esse índice é de apenas 5,57%.
No início do mês, a Andifes divulgou pesquisa feita com 19.691 estudantes de graduação de universidades federais de todo o País, apresentando números consolidados do panorama nacional. A partir do cruzamento de dados, foi possível mapear e distinguir os cenários regionais no tocante a hábitos de leitura, frequência a bibliotecas, domínio de língua inglesa e uso de tabaco, álcool, remédios e drogas não lícitas.
A UFMA, que lidera o ranking dos universitários que não leem nada, ficou em quarto lugar entre os menos assíduos à biblioteca da universidade - 28,5% dos graduandos não a frequentam. O primeiro lugar nesse quesito ficou com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio): metade de seus alunos esnoba o espaço.


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,universitarios-do-pais-leem-de-1-a-4-livros-por-ano,758090,0.htm

E você, quantos livros lê por ano? Participe respondendo nossa enquete !

Biblioteca pública é construída com mil caixas de cerveja



Na cidade de Magdeburg, na Alemanha, uma iniciativa, que partiu da própria população, está diminuindo a quantidade de lixo no município e, ainda, incentivando o hábito da leitura entre os moradores: é a Open Air Library, uma biblioteca pública construída, basicamente, com mil caixas de cerveja.
As embalagens plásticas, que são habitualmente usadas para vender a bebida em lotes, foram doadas por uma empresa da região e, para erguer a biblioteca, a própria comunidade pôs a mão na massa, com a ajuda do escritório de design Karo, que fez o acabamento da obra reutilizando partes da fachada de um armazém abandonado da cidade.
Depois de pronta, a biblioteca continua dependendo da boa vontade da população: os mais de dois mil livros de seu acervo foram doados pelos moradores e a conservação das obras e do espaço também depende deles. Isso porque não existem seguranças nem bibliotecários no local, que fica aberto 24 horas e funciona na base da confiança mesmo: qualquer um pode entrar no edifício, pegar um livro e levar para casa.
Por enquanto, todas as obras foram devolvidas e a população está cada vez mais orgulhosa da iniciativa, que recebe doações de livro, praticamente, todos os dias. Será que uma biblioteca colaborativa, no estilo da Open Air Library, funcionaria por aqui?
O edifício público – que ainda conta com área externa com muito verde e espaço para apresentações culturais – foi desenvolvido com a intenção de recuperar a autoestima dos moradores da cidade, que ficou praticamente abandonada depois da reunificação da Alemanha. O objetivo parece ter sido alcançado, não?

Fonte: Superinteressante

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Livreiro do Alemão cria "barracoteca" na favela




Enquanto traficantes do Comando Vermelho em fuga trocavam tiros com a polícia e soldados do Exército durante a ocupação dos complexos da Penha e do Alemão, em novembro de 2010, Otávio Júnior, 27, escrevia.
Sem poder sair de casa, finalizava "O Livreiro do Alemão" --seu ingresso no mundo dos escritores-- e preparava-se para instalar a primeira biblioteca do conjunto de 13 favelas na zona norte do Rio com quase 400 mil pessoas.
"Quando os confrontos eram muito acirrados, eu produzia muito. Escrevia enquanto as balas "comiam" para cima e pra baixo."
Biblioteca? Na verdade, trata-se da "Barracoteca Hans Christian Andersen" -corrige Otávio. O nome é uma homenagem ao escritor dinamarquês autor de contos como "A Pequena Sereia" e "A Roupa Nova do Rei".
O local --um antigo salão de forró-- no morro do Caracol, Complexo da Penha, funciona desde maio e será inaugurado oficialmente em 22 de agosto, dia do Folclore.
Parte dos livros é doação do Ministério da Cultura, o resto foi amealhado por Otávio durante os dez anos em que andou por todo o Complexo da Penha e do Alemão, com uma mala na mão, oferecendo livros emprestados aos moradores.
O investimento foi de R$ 7.000. Como não tinha nem a décima parte desse valor, a solução foi apelar a conhecidos e desconhecidos. "Passei o chapéu, mas passei o chapéu virtual", diz.
No blog Ler é 10 - Leia Favela (leredezleiafavela.blogspot.com), o jovem anunciou a barracoteca. Em três meses reuniu a quantia necessária.
Filho de pedreiro, chamou o pai para reformar o local.
Otávio narra em "O Livreiro do Alemão" (Panda Books) como seu amor à literatura se deu quase por acaso. Aos oito anos, saía de casa todo dia para ver as peladas no campo de terra da comunidade.
"Naquele dia, passei em frente a um lixão e havia uma caixa com brinquedos velhos e um livro", conta. "À tarde faltou luz e como não podíamos assistir a televisão preto e branco, lembrei do livro."
IMPACTO
O "impacto da literatura" mudou a vida do menino. A paixão cresceu a ponto de, no ensino médio, desenvolver um hábito: matar aula, tomar um ônibus, andar 20 km e ir para a biblioteca do Museu da República, no centro. "Chegava a ler dez livros por dia."
Era então um tempo difícil. A família enfrentava o alcoolismo do pai de Otávio.
"Minha mãe ficou louca quando descobriu. Porém, sabia que eu matava aula mas estava bem acompanhado."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/952401-livreiro-do-alemao-cria-barracoteca-na-favela.shtml

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Bicicloteca: cultura ao alcance de todos



Por gostar de ler e não poder pegar nada emprestado em bibliotecas públicas por não ter comprovante de endereço, o morador de rua, Robson Moura, tinha um sonho. Quando melhorasse de vida, criaria uma biblioteca só para pessoas da rua.
No dia 25 de julho, dia do Escritor, no centro da cidade de São Paulo, o sonho tornou-se realidade: uma genial bicicleta criada por um morador de rua. É a bicicloteca, que vai andar pelo centro distribuindo livros para quem não tem acesso a livro e coragem para entrar numa biblioteca.
Robson morava perto da Biblioteca Mário de Andrade, e acabou se aproximando e se apaixonando pela leitura, que acabou tirando-o das ruas. Daí veio a ideia, simples, de montar um equipamento em cima da bicicleta para distribuir livros pela cidade, levando a cultura para quem precisa.
São ideias simples e geniais como essa como mostram como é possível fazer muito com pouco dinheiro, apostando na inventividade. É, muitas vezes, o que ocorre ao contrário nos governos, onde se faz pouco com muito dinheiro.
Esta aí uma daquelas soluções que podem se espalhar pelo Brasil, economizando dinheiro e distribuindo cultura.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/949354-a-genial-bicicleta-do-morador-de-rua.shtml
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/950367-bicicloteca-empresta-livros-para-moradores-de-rua-em-sp.shtml

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bem vindos !!!

Comunidade FZEA,

     É com imensa satisfação que informamos que a Biblioteca da FZEA/USP teve suas atividades iniciadas em 08 de agosto de 2011 (segunda-feira) no novo edifício.
     A área interna está organizada para melhor atendimento de seus usuários com áreas de estudo em grupo e individuais totalmente climatizadas e com recursos de internet wireless.
    A seção de reprografia terceirizada também irá funcionar com espaço físico independente.
    O acesso de pedestres ao novo edifício deverá ser feito pelo calçamento construído na lateral do Laboratório Multiusuários, local da antiga Cantina da Senhora Sônia.
    Não será possível chegar ao novo prédio com veículos. Os mesmos deverão ser estacionados no interior da rotatória do ZAB.
   A Biblioteca é um lugar reservado ao estudo, à pesquisa e à leitura, portanto, é importante manter o silêncio e respeitar os demais colegas.
   Registramos nossos agradecimentos ao total apoio da Direção da FZEA/USP, Assistentes, Chefias, funcionários e estagiários que de uma forma direta contribuíram para o desenvolvimento desta Biblioteca.

Faça-nos uma visita!! Utilizem os recursos da nova Biblioteca!!

Atenciosamente,

Marcelo Roberto Dozena
Diretor Técnico
Serviço de Biblioteca e Informação
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos - USP
Av. Duque de Caxias Norte, 225
13635-900 - Pirassununga, SP
Fone/fax: (19) 3565-4123
dozena@usp.br

Foto: Wellington Kanno


Foto: SVBIBINF-74



Foto: SVBIBINF-74

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Foto: SVBIBINF-74

Foto: SVBIBINF-74




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Promotoria troca processo por doação de livros no interior de SP

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Suspeitos de cometerem crimes federais leves em São Carlos (232 km de São Paulo) estão se deparando com uma proposta "inusitada" do Ministério Público Federal: doar livros em vez de responder ao processo.

O acordo começou a ser proposto há sete meses para casos em que a punição seria inferior a dois anos e para suspeitos sem antecedentes criminais. Se enquadram nessa situação crimes como falso testemunho, contrabando, descaminho e desacato, por exemplo.

Até agora, três processos já terminaram em acordo, e 80 novos livros chegaram às prateleiras de bibliotecas do município. Um quarto acordo foi fechado na última semana e renderá mais R$ 1.650 em livros, valor que será dividido em dez vezes.

Segundo o procurador Ronaldo Ruffo Bartolomazi, 34, que desenvolve a parceria com a Secretaria da Educação de São Carlos, o acordo é facultativo e pode ser feito antes do início do processo ou durante o andamento.

De acordo com a secretária da Educação de São Carlos, Lourdes Moraes, os supostos infratores escolhem os títulos em uma lista elaborada pela pasta.
O futuro doador vai à livraria, compra os livros conforme o valor da multa, os leva à secretaria e, se quiser, entrega na biblioteca.

O projeto de São Carlos foi inspirado em um que existe em Presidente Venceslau desde 2010. O juiz Silas Silva Santos, 34, decidiu aplicar a doação de livros no lugar das cestas básicas em casos de crimes leves --como porte de droga e lesões corporais. De acordo com ele, em um ano, foram doados mil livros a 16 escolas.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/942838-promotoria-troca-processo-por-doacao-de-livros-no-interior-de-sp.shtml
13/07/2011 - 09h02