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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Folha põe na internet 90 anos de história em 1,8 milhão de páginas

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

No dia em que comemora seus 90 anos, a Folha coloca na internet a versão fac-similar das suas edições desde 1921. São cerca de 1,8 milhão de páginas, incluindo as edições da "Folha da Noite", da "Folha da Manhã" e da "Folha de S.Paulo".

A Folha é o primeiro dos grandes jornais brasileiros a digitalizar seu acervo integral e a colocá-lo à disposição dos leitores.

O processo demorou cerca de um ano. Envolveu dezenas de pessoas do jornal e a contratação da empresa Digital Pages. O custo estimado foi da ordem de R$ 3 milhões, o que inclui a digitalização, o armazenamento e o espaço em servidores capazes de suprir a demanda que será criada na internet.
Nesta fase inicial, qualquer pessoa poderá ter acesso gratuito por meio do site acervo.folha.com.br.

"Após um período de degustação aberto a todos, o acesso gratuito será mantido só para assinantes do jornal. É uma ferramenta poderosa para pesquisas e uma vantagem a mais para o leitor fiel da Folha", afirma Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do jornal.

BUSCAS

"Todas as páginas receberam OCR, a tecnologia que permite o reconhecimento de caracteres nas imagens. Com isso, será possível fazer pesquisas simples ou sofisticadas sobre os textos do acervo de forma intuitiva. E, com enorme volume de páginas, a interface foi desenhada para que a busca traga resultados contextualizados visualmente em poucos cliques", diz Ana Busch, diretora-executiva da Folha.com.


Jorge Araújo-23.ago.1979/Folhapress
Pomba pousa                sobre faixa durante ato em favor da anistia a exilados e                presos políticos na praça da Sé, em SP
Pomba pousa sobre faixa durante ato em favor da anistia a exilados e presos políticos na praça da Sé, em SP

O trabalho foi quase todo feito a partir de microfilmes do jornal. Em 1982, a Folha começou a microfilmar suas edições desde a década de 1920. "Embora existam as coleções em papel, o microfilme é importante para preservar o material. A vida estimada de um livro em papel de jornal é de cem anos. Em microfilme, dura cerca de 500 anos", afirma Carlos Kauffmann, gerente do Banco de Dados da Folha e um dos coordenadores do projeto.

Ainda hoje a Folha continua sendo microfilmada. Para efeitos legais, só cópias a partir desse meio são aceitas em processos na Justiça.

"O fato de o jornal na década de 1980 ter decidido microfilmar seus exemplares antigos facilitou bastante o processo. No ano passado, a digitalização começou a partir dos microfilmes. Mesmo os das edições mais velhas estão em boa qualidade", explica Kauffmann.
A partir de agosto de 2003, os arquivos em pdf (imagens digitais das páginas) do jornal foram usados para o atual projeto de colocar na internet todo o acervo.

O projeto de digitalização e apresentação das páginas na web privilegia o acesso amplo dos leitores. Ao fazer a busca de um texto, o interessado chegará à página correspondente e terá a possibilidade de folhear a edição do jornal daquele dia ou até de um período mais longo.

Nesse sistema, o trabalho de pesquisa se torna mais rico. Por exemplo, numa busca sobre a Segunda Guerra Mundial, ao chegar ao artigo específico, o interessado também poderá ler as reportagens publicadas na mesma página e em outras partes da edição naquela data.

Em breve, outros jornais do Grupo Folha também terão seus acervos digitalizados. Entre eles, o "Notícias Populares", que circulou de 15 de outubro de 1963 a 20 de janeiro de 2001, e a "Folha da Tarde", criada em 1949.

GRANDES REPORTAGENS

Nesta e nas próximas páginas deste caderno especial, o jornal relaciona 90 grandes reportagens --como o caso do mensalão (2005)-- e fotos publicadas ao longo de todas as suas edições.

Esse índice pode servir de guia para quem deseja fazer uma viagem histórica pelas páginas do jornal nas últimas nove décadas.


Editoria de Arte/Folhapress

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