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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Quando o plágio não aparenta má-fé

Uma consulta feita recentemente ao Committee on Publication Ethics (Cope), fórum de editores de revistas científicas sobre ética na pesquisa, evidenciou os desafios de fazer uma avaliação justa em casos suspeitos de plágio. O editor de um periódico científico, cujas identidade e origem não foram reveladas, informou ao Cope que começou a utilizar softwares para detecção de plágio e registrou uma alta incidência de pequenos trechos ou sequências de frases copiados de outros artigos. O problema atinge entre 30% e 50% dos manuscritos submetidos e, em alguns papers, chega a comprometer a originalidade de até um terço do texto.

Embora pareça assustador, segundo o editor não parece haver má-fé dos autores, uma vez que as sentenças copiadas são curtas e vêm de mais de 60 fontes diferentes – em um dos casos, chegou a mais de 120. “É como se a cópia de um trecho contendo o que se acredita ser uma expressão elegante pudesse compensar a falta de competência linguística do pesquisador”, escreveu o editor, referindo-se a uma grande quantidade de autores que não tem o inglês como língua nativa. “De todo modo, não é satisfatório que um texto contenha um terço de suas passagens inspiradas em outras fontes. Não é o que se possa considerar uma boa prática de escrita científica.”

Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/05/19/quando-o-plagio-nao-aparenta-ma-fe/


O Cope respondeu à consulta recomendando uma análise caso a caso, levando em conta as características do texto reciclado. Uma duplicação na seção de resultados é mais grave do que na introdução ou nos métodos. Frases copiadas num artigo de revisão, composto por avaliações críticas da literatura existente, comprometem mais a sua originalidade do que sentenças duplicadas num paper tradicional, que traz resultados inéditos. Segundo o fórum, o editor deve pedir explicações ao autor caso falte atribuição de autoria em muitos trechos do artigo e tomar atitudes mais drásticas se as ideias defendidas pelo autor pertencerem a outras pessoas.

“O editor deve seguir checando todos os manuscritos usando softwares antiplágio e rejeitar os artigos com sobreposição de textos moderada ou grande”, sugere o Cope. A instituição a que o autor pertence deve ser alertada se houver, de fato, uma suspeita de má conduta ou se o editor colher evidências de que o pesquisador trabalha num ambiente que não valoriza as boas práticas científicas.“Caso os autores sejam jovens pesquisadores, o editor deve pedir a eles para reescrever as passagens copiadas e submeter de novo o artigo”, recomenda o Cope.

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp

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