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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cientistas extravasam seu descontentamento com fator de impacto das revistas


Qual é a melhor maneira de avaliar a produção científica de um pesquisador?
Vários fatores entram nessa conta, e um dos principais deles é a publicação de trabalhos em revistas científicas de alto impacto, como as famosas Science e Nature. O que, sem dúvida, é um indicador relevante: se o pesquisador tem trabalhos aceitos nessas revistas, é um sinal de que as pesquisas desenvolvidas por ele ou por ela são de boa qualidade. Um bom sinal, mas não o único … há muitas outras coisas que podem (e deveriam) ser levadas em consideração.
O peso exagerado que frequentemente é dado ao fator de impacto das revistas está deixando muitos pesquisadores insatisfeitos. Tanto que uma petição foi lançada na internet, pedindo o fim do uso desse fator de impacto como métrica central na avaliação de mérito de pesquisadores, projetos e instituições. Segundo a petição, chamada Declaração de São Francisco sobre Avaliação de Pesquisa (DORA, na sigla em inglês), o mérito de um trabalho (e do cientista que o realizou) deve ser avaliado com base na qualidade do próprio trabalho, e não da revista na qual ele foi publicado. Parece óbvio, mas com frequência não é o que acontece.
Há trabalhos de ótima qualidade publicados em revistas de baixo impacto, assim como há trabalhos de qualidade, mérito e/ou relevância bastante duvidosas publicados em revistas de alto impacto. Por uma série de razões, que envolvem, não raramente, relações de interesse pessoal, institucional, corporativo, regional e midiático entre as partes envolvidas. Sem falar que o fator de impacto não é um número absoluto, é uma representação da média do números de citações que os trabalhos publicados na revista recebem ao longo de um determinado período. Ou seja: mesmo nas revistas de maior impacto, há trabalhos de baixo impacto, que recebem poucas citações, e não deveriam se beneficiar individualmente do alto fator de impacto da revista como um todo.
E não pense que os assinantes da Declaração são um bando de coitados sem importância que estão incomodados porque não têm competência para publicar nas melhores revistas … Não senhor. O movimento foi iniciado pelo Sociedade Americana de Biologia Celular (ASCB), uma das mais importantes sociedades científicas dos EUA, e a carta é assinada por editores de várias revistas científicas de peso, entre eles o editor-chefe da Science, Bruce Alberts.
Para ler a Declaração (e assiná-la se quiser), clique aqui: DORA (http://am.ascb.org/dora/)

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